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segunda-feira

Por que Zuckerberg não olha para o Brasil?

A maior rede social do mundo é também a que mais cresce no País. Mas o Facebook parece dar as costas para um dos mercados mais atraentes para comunidades online do planeta

Por Ralphe Manzoni Jr. e Bruno Galo
O jovem fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, 25 anos, visitou o Brasil em agosto de 2009. Encontrou-se com blogueiros, lançou um prêmio para desenvolvedores, falou com a imprensa, mas não fez nenhum anúncio importante. Sua passagem pelo País, no entanto, resultou em um crescimento expressivo de audiência. Ela saltou de 4,2 milhões para 8 milhões de pessoas em fevereiro de 2010.
Os seus principais concorrentes, o Orkut e o Twitter, no mesmo período, estagnaram-se. O Brasil é o país que proporcionalmente mais acessa comunidades online no mundo, de acordo com o Ibope Nielsen Online. De cada 100 pessoas que navegam na internet, 86 vão a sites do gênero. Na Espanha, segunda colocada, são 77.
89.jpg  "Não conseguiremos cumprir nossa missão se não fizermos sucesso no Brasil"
Mark Zuckerberg > CEO do Facebook

Nos EUA, 74. “Não conseguiremos cumprir nossa missão se não fizermos sucesso no Brasil”, declarou o empreendedor, que tem uma fortuna estimada em US$ 4 bilhões, no período em que esteve no País.  Mas não se iluda com as palavras de Zuckerberg. O Facebook sequer tem uma estrutura própria no Brasil. Mais: seus anúncios são vendidos por um concorrente.
E não há nenhum indício de que isto mudará radicalmente nos próximos meses. Com mais de 400 milhões de usuários cadastrados no mundo, por que o Facebook, que é a maior comunidade online do planeta, ainda ignora um dos mercados mais atraentes quando o assunto é rede social?
A resposta imediata é o Orkut. O site do Google não deu certo em nenhum lugar, a não ser no Brasil e na Índia. De cada 100 pessoas que acessam redes sociais no País, 73 preferem o Orkut. É uma barreira de entrada e tanto para a empresa de Zuckerberg. Mas que vem sendo quebrada lentamente.

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A comunidade online do Google está estagnada (confira gráfico acima). É verdade, que em um patamar bem alto. O Facebook, ao contrário, vem crescendo mês a mês e deve superar em breve o grande fenômeno de 2009: o serviço de microblog Twitter. “O Facebook é um ótimo negócio que gera riqueza e divulgação para empresas e produtos. Só falta agora ele mesmo conseguir se rentabilizar”, disse à DINHEIRO Luli Radfahrer, professor de comunicação digital da USP.
Esse é outro problema no Brasil. A forma como o site ganha dinheiro é basicamente por meio de anúncio online. E quem vende a publicidade no País é a .Fox Networks, empresa da News Corp., que pertence ao magnata da mídia Rupert Murdoch. Para quem não se lembra, Murdoch é dono do MySpace, outra rede social que é concorrente do Facebook. Por aqui, a .Fox Networks vende os dois. Mas faz a ressalva que criou uma unidade separada para comercializar o MySpace.
Nos EUA, empresas como Burger King, Honda, Johnson & Johnson e Unilever investem no site. Segundo o Facebook, 80% dos maiores anunciantes norte-americanos já fizeram alguma ação promocional . “O Facebook quer construir uma grande base de usuários e depois ‘vender’ ativos relacionados a esta base”, diz Marcelo Coutinho, consultor do Ibope e professor da Fundação Getulio Vargas em São Paulo. “Podem ser anúncios, bancos de dados sobre pessoas interessadas em bens ou serviços ou informações sobre comportamento dos internautas.”
O único indício de que a postura do Facebook pode mudar está em um classificado em seu site de carreira e emprego de que pretende contratar um gerente de negócios para o Brasil. Não há nenhuma data para quando isso vai acontecer. “O contrato para o cargo é de 6 a 12 meses”, diz o comunicado. Na semana passada, o Facebook anunciou que vai abrir seu primeiro escritório na Ásia.
A Índia, onde o Orkut lidera, foi o local escolhido. Internacionalmente, a rede social está em Dublin (Irlanda), Milão (Itália), Paris (França), Estocolmo (Suécia), Sydney (Austrália) e Toronto (Canadá). Não falta um escritório na América Latina?

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