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segunda-feira

3D na sala de estar

LG dá a largada na comercialização dos televisores com tecnologia tridimensional no Brasil. Panasonic, Philips, Samsung e Sony prometem lançamentos ainda para este ano. Um problema para as empresas: o consumidor terá o que assistir?

Por Bruno Galo
Se você foi uma das dezenas de milhões de pessoas que assistiram Avatar em 3D no cinema e gostou, a boa notícia é que agora vai poder repetir a experiência no conforto do seu lar. E não só com a superprodução de James Cameron. Competições esportivas, como a Copa do Mundo, e grandes eventos, como o Carnaval, poderão ser vistos nos novíssimos televisores tridimensionais e seus indefectíveis – e ainda desconfortáveis – óculos 3D.
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Só de óculos: Fernanda Summa, da LG, com a primeira televisão com tecnologia 3D a
ser vendida no mercado brasileiro. Para desfrutar do efeito, só com os indefectíveis óculos


Quem dá a largada nesta revolução na sala de estar dos brasileiros é a LG. A empresa sul-coreana vai oferecer os primeiros aparelhos com a nova tecnologia a partir de abril. “Não esperamos uma demanda elevada neste começo”, disse à DINHEIRO Fernanda Summa, gerente de produtos da área de tevês da LG. “Mas, sem dúvida, será uma tendência forte, pois oferece uma experiência muito mais envolvente.” A LG, que não revela o preço dos seus modelos, é a primeira de um grande time que vai disputar esse mercado no Brasil.
Samsung, Panasonic, Philips e Sony prometem lançar seus aparelhos ainda em 2010. E as previsões de vendas chegam a ser otimistas. Nos EUA, 3 milhões de televisores 3D serão vendidos neste ano, o que representa 10% do mercado, acredita Tim Baxter, presidente da divisão de consumo da Samsung. O preço da tevê 3D é aproximadamente três vezes maior do que o de uma LCD de última geração: US$ 2,5 mil para um modelo de 40 polegadas e US$ 3,7 mil para um de 56 polegadas. Mesmo assim, a consultoria iSuppli estima que a venda de tevês com a tecnologia pode chegar a 78 milhões de unidades globalmente em 2015.
Mas se o futuro parece promissor, o presente é bem menos empolgante. “Não queremos frustrar a expectativa do público”, explica o porta-voz da Panasonic, Daniel Kawano. Ele se refere ao maior problema para quem comprar um aparelho 3D já nessa largada: a oferta bastante limitada de conteúdos tridimensionais. A situação é parecida à vivida por ocasião do lançamento dos primeiros televisores de alta definição, no início da década passada. Desta vez, ao menos, as coisas devem se resolver mais rapidamente.
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Cada olho vê uma imagem diferente. E o nosso cérebro interpreta e funde essas imagens. Assim, temos a sensação 3D.
A tecnologia da tevê 3D usa esses recursos para enganar o cérebro. Com uma câmera especial com duas lentes,
ela filma a imagem por 2 ângulos

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Depois, elas são exibidas de forma alternada em pelo menos 120 quadros por segundo (60 quadros para cada imagem).
Os óculos de lentes de LCD ativa fazem com que cada olho enxergue apenas uma das imagens por vez.
Ao combiná-las, o nosso cérebro interpreta como se fosse uma imagem tridimensional.
 

A captação de imagens em 3D, que exige o uso de câmeras especiais, com duas lentes, já está sendo feito, mas somente em caráter experimental no País. A operadora de tevê a cabo NET transmitiu o Carnaval nesta tecnologia e promete um canal 3D ainda neste ano. A Fifa vai transmitir 25 jogos em 3D da Copa do Mundo da África do Sul.
Os primeiros filmes no formato de alta definição Blu-Ray 3D são esperados para o final deste semestre. Para contornar esse problema, a Samsung promete um recurso que converte imagens 2D em 3D, com resultados satisfatórios. Os demais fabricantes não apostam nesse “quebra-galho”. Além disso, nem todos os aparelhos virão completos, já com os óculos. Caberá ao cliente adquiri-los separadamente, desembolsando assim mais um bom dinheiro para ter as almejadas imagens tridimensionais.
Mas nem todos estão otimistas. “Uma coisa é usar esses óculos numa sala de cinema”, diz Greg Ireland, analista da consultoria de tecnologia IDC. “Em casa, você está com outras pessoas numa sala de estar, movimentando-se para a cozinha ou fazendo outras coisas.” É esperar para ver. No cinema, em apenas um ano, o 3D evoluiu de aposta para a salvação da indústria.
Nada impede que um fenômeno semelhante se repita agora com as tevês. Uma pesquisa da consultoria NPD Group revelou que um terço dos consumidores norte-americanos já estão interessados nos novos televisores. “No futuro, as pessoas vão querer todo o conteúdo em 3D”, disse Jon Landau, produtor de Avatar, durante apresentação em um evento da indústria eletroeletrônica nos EUA. A pergunta, ainda sem resposta, de agora é: quanto tempo vai demorar para esse futuro chegar?

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