Plano de estímulo chega em outubro

Mantega acena com modernização do setor financeiro, baixa de spread e taxa de juros Crédito: FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM / ABR / CP MEMÓRIA

Mantega acena com modernização do setor financeiro, baixa de spread e taxa de juros Crédito: FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM / ABR / CP MEMÓRIA

São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o anúncio das medidas de incentivo ao financiamento privado de longo prazo será feito em um mês e meio. Entre as iniciativas estão modernização do sistema financeiro, redução do spread e taxa de juros, além de diminuição de impostos. Conforme Mantega, já existe no governo proposta de reforma tributária, que só não foi posta em votação por conta do período eleitoral.

Na avaliação do ministro, o governo atual deixa todas as condições para que a próxima gestão possa avançar no processo de crescimento sustentável da economia brasileira. Em sua participação durante o 7 Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas, ontem, em São Paulo, fez questão de destacar que a economia brasileira passa por nova era. O ministro observou ainda que o fato de o Brasil ter uma das taxas de juros mais altas do mundo e taxa de investimento no mercado imobiliário de só 4% do PIB o credencia a permanecer crescendo.

"O (Ben) Bernanke (presidente do BC norte-americano) anda preocupado porque não tem mais como fazer política monetária e nós podemos reduzir a taxa de juros", avaliou. Ainda de acordo com ele, apesar de as economias americana e europeia estarem crescendo a taxas lentas, a partir de 2012 e 2013, ele acredita em recuperação mais consistente, o que será benéfico para o dinamismo brasileiro. "Claro que não vamos ficar olhando para esta situação. Vamos agir e tomar algumas decisões", comentou, citando entre essas medidas o "envelhecimento da política concorrencial".

Mantega lembrou que o Ministério da Fazenda já aprovou um pacote de medidas antidumping para evitar, por exemplo, a triangulação nas exportações de outros países para o Brasil. "Nós temos que tomar cuidado para evitar protecionismo, o que não é bom para ninguém. Mas também não vamos ser bobos", disse Mantega, referindo-se ao anúncio norte-americano de medidas contra a concorrência desleal.