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quinta-feira

Tecnologia em tempo real a serviço da lavoura

Domingos aumentou produtividade da soja em 3,8% com uso de aparelhos
Crédito: ESTEVÃO LIBERALESSO COCCO / ESPECIAL / CP
Ferramentas inteligentes tornam manejo de plantações mais fácil e menos oneroso ao produtor Odoni Soldera é produtor rural e engenheiro agrônomo. Planta mil hectares de soja em Cachoeira do Sul. Na última safra, com rendimento de 2,7 mil quilos por hectare, contou com uma mãozinha da tecnologia. Por meio de uma espécie de microscópio digital portátil, conseguiu antever a ocorrência da ferrugem, evitando sua proliferação e a chegada de sua fase mais destrutiva.

A ferramenta usada por Soldera chama-se Digilab, desenvolvida pela Basf. É composta por um software e pelo equipamento que amplia a imagem das folhas das plantas em até 200 vezes. "Esse aparelho permite que identifiquemos a ferrugem quando ela pode ser confundida com doenças de fim de ciclo", afirma o sojicultor. Quando a dúvida surge, ele vai a campo e, com o Digilab, registra a imagem de algumas amostras. Por meio do software, as fotos são enviadas para os técnicos da Basf, que, em minutos, retornam com a resposta on-line. "Se eles não conseguem resolver na hora, buscam auxílio de pesquisadores e técnicos de diversas instituições", relata.

Essa orientação técnica on-line contém os procedimentos que devem ser adotados, naquele momento, de acordo com o diagnóstico apresentado por Soldera. "A Basf indica as aplicações de fungicidas a serem feitas e como devem ocorrer", diz. A precisão no envio e recebimento das informações fez com que ele poupasse uma aplicação de fungicida na área plantada, que custaria em torno de R$ 45 mil, englobando compra de defensivos, processo de pulverização e aquisição de combustível para o maquinário. Após as aplicações, o Digilab entrou em ação novamente, mas, desta vez, para conferir os resultados obtidos após a execução das ações recomendadas em tempo real. "Conseguimos visualizar se as lesões estavam curadas", comenta.

Além de sojicultor, Soldera é engenheiro agrônomo e, por meio de sua distribuidora de produtos agropecuários, leva gratuitamente a tecnologia a 40 produtores da região de Tupanciretã. Basta o agricultor chamar que lá vai ele com a aparelhagem fornecida pela registrar a ocorrência de qualquer anormalidade nas lavouras de soja de Júlio de Castilhos, Pinhal Grande, Jari, Quevedo e Tupanciretã.

Vantagens como essas também atraíram a Fazenda Tarumã, do município de Joia. Além do Digilab, a propriedade utiliza o Yeld Max. O aparelho se constitui em uma estação climática que pode ser instalada na própria lavoura. Seu funcionamento conta com um software capaz de enviar ao gestor da propriedade informações climáticas de 15 em 15 minutos. Com elas, chegam também indicações de quais os melhores e mais adequados momentos para as aplicações de defensivos químicos visando a seu melhor aproveitamento e eficiência.

Para testar o funcionamento da plataforma na Fazenda Tarumã, o gerente José Domingos Teixeira dividiu os 1.960 hectares de área de soja em duas parcelas na safra 2009/2010. Uma delas, que representava 30% do total, contou com o uso das informações do Yeld Max. "Tivemos uma produtividade 3,8% maior na área monitorada, que rendeu 58,85 sacas por hectare, contra 56,7 sacas por hectare na parcela não monitorada", contabiliza Teixeira. Esta vantagem, em ganho líquido, representou R$ 112,00 ou em torno de duas sacas a mais por hectare.

O que o Yeld Max fez, na prática, foi fornecer informações sobre a quantidade de chuva, quanto tempo as folhas permanecem úmidas, temperatura atual e a ocorrência de orvalho. "Este sistema monitora a temperatura e a quantidade de chuva, mostrando a hora certa de fazer as aplicações", explica Clairton Lima da Silva, gerente regional Cereais Sul da Basf. Na safra passada, 15 plataformas do Yeld Max funcionaram em 18,5 mil hectares no Rio Grande do Sul. A média de produtividade com o uso do equipamento foi de 68,2 sacas por hectare, contra 63,7 sacas por hectare das áreas padrão. O Yeld Max será usado novamente na Tarumã na safra de trigo. A expectativa de Domingos é obter de 5% a 10% a mais sobre os 51 sacos por hectare de 2009. "Em setembro, quando as doenças do trigo estarão no auge, conseguiremos usar o aparelho também com o milho, que estará no plantio", diz.

O Yeld Max e o Digilab são algumas das ferramentas fornecidas pelas grandes fabricantes de agroquímicos e sementes do país. Além de levarem a tecnologia ao campo, trazem vantagens tanto ao produtor quanto às indústrias. Para os agricultores, os equipamentos possibilitam a produção de alimentos de maneira inteligente, aumentando os índices de rendimento e reduzindo custos. Para as indústrias, a tecnologia é atrativa por elevar a rentabilidade do negócio de seus clientes, ao mesmo tempo em que os fideliza.

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